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Algias em MMII ?? O que pode ser ? #Postagem II

Continuação da postagem anterior, focando em articulação do joelho:



Rompimento ligamentar (LCA, LCP e LCL, LML):

    O ligamento cruzado anterior, fisiologicamente impede que o fêmur deslize ou rotacione sobre a tíbia, ou seja, movimento fêmural para frente. É a lesão ligamentar mais comuns em joelhos, principalmente para esportistas. O mecanismo de lesão se dá por rotação de joelho, hiperextensão brusca, movimentos bruscos de giro e direção, corridas e saltos. Muitas vezes vem acompanhado de ruptura do LCL ou de lesão no menisco.

  O ligamento cruzado posterior impede o deslizamento da tíbia para trás, o ligamento despõe-se cruzado ao LCA, exatamente em formato de "X". O mecanismo de lesão mais comum é por impacto direto posteriormente ao segmento, principalmente quando o joelho se encontra na angulação de 90º, mais também pode acontecer por hiperextenssão, ou queda com joelho flexionado. O LCP é resistente por sua estrutura ser mais grossa, o que justifica o fator de que acontece mais lesão em LCA do que em LCP.

   Os Ligamentos colateral lateral e colateral medial fazem ligação entre o fêmur a fíbula na parte externa do joelho, o ligamento é um curto e fino tendão que se estende para firmar e estabilizar a articulação, sendo responsável por evitar movimentos em varo ou valgo, ou seja, sua função é estabilizadora e impede que o joelho desvie lateralmente em ambos os lados, permitindo o equilíbrio ao movimento. As lesões podem ser a distensão, ruptura total ou parcial, entorse, trauma direto. O mecanismo de lesão se dá por força direta sobre a porção externa, causando a ruptura do tendão ligamentar, sendo que a lesão no LCM é mais comum que LCL. Inchaço, rigidez com bloqueio articular, perda de estabilidade, dor e sensibilidade são os sintomas. A lesão de ligamentos colaterais podem ser divididas em 03 graus, assim como na entorse de tornozelo.

  Todos estes ligamentos se ligam do fêmur e a tíbia. A correção da ruptura do ligamento, quando não ruptura total acontece por meio de procedimento cirúrgico, utilizando enxerto. As fibras podem romper-se parcial ou totalmente, e geralmente os sintomas são instantâneos.




Fratura de patela

   A patela é um osso sesamóide que localiza-se articulado com o fêmur por meio de uma banda apneurótica, denominada tendão quadricipital. Existem alguns tipos de fraturas patelares (cominutivas de poló inferior, superior ou total, verticais, marginais, transversais), o que não é objetivo deste post descrevê-las, contudo as fraturas de patela se dão por trauma, luxação por carga excessiva (subir escada por exemplo, ou sobrecarga de peso corpóreo, a contração excessiva do quadríceps também pode luxar a patela). Além da obesidade, a menopausa, a diminuição da densidade muscular, a osteoporose, acidentes automobilísticos, são fatores causais. Os sintomas acontecem de forma súbita, com inchaço local, dor, e consequentemente incapacidade de movê a articulação. Não necessariamente será preciso intervenção cirúrgica. 



Condromalacia patelar

    É uma condição no qual a dor e o desconforto são identificados como agulhamento. A condromálaciapatelofemural é conhecida também como síndrome patelofemoral ou joelho do corredor pode chegar até 04 estágios em sua evolução. Trata-se a um amolecimento não fisiológico da cartilagem que fica na parte inferior da patela entre esta e o fêmur. O osso patelar se desalinha e começa a entrar em atrito com a cartilagem, o fator etiológico mais comum é o trauma. Seus sinais e sintomas podem ser, inchaço na região patelar, dor ao meio do joelho, dor ao correr, descer e subir escadas, ou ficar muito tempo em flexão de joelho na postura sentada, creptos, dor ao frio e falseios. A conexão muscular de vetores favorece a lesão pelas forças multidirecionais que quando não equilibradas podem gerar sobrecargas na face interna, o joelho valgo também contribuir.  O tratamento busca estabilizar o quadro clinico e não a cura se já passa do estágio 02, já que a patologia é degenerativa e a patela possui poucos vasos para sua inervação, o que já é uma desvantagem para que haja cura da articulação. Caso esteja no grau 01 há a possibilidade. 



Síndrome do corredor

    Denominada também de síndrome fêmoropatelar, ou ainda síndrome da banda ilio tibial, comum em atletas, ciclistas e corredores. O que acontece é uma fricção dessa banda sobre o côndilo femoral lateral, no momento em que o pé faz contato com o solo na fase de desaceleração da marcha, isto causa dor e provoca inflamação na região colateral lateral do joelho. Outros sintomas são a hipersensibilidade e a queimação quando se faz flexão e extensão do membro inferior e edema. A dor desencadeia após o indivíduo ter feito longo percusso ou pode reaparecer pós descanso. Calçados inadequados, sobrecarga de treino e competições, tensão na banda iliotibial (fáscia lata) ou encurtamento muscular são fatores etiológicos para a síndrome. O aquecimento antes do treino, alongamento e fortalecimento da banda iliotibial, o uso do sapato adequado, e o intervalo para repouso podem prevenir a lesão. O Tratamento  neste caso é conservador, e em último caso, cirúrgico.



Tendinite patelar

       Conhecida também como joelho do saltador, pois é característica de esportes que demandam de saltos e desacelerações bruscas, como o vôlei, o basquete, futebol e outros esportes do atletismo, o que pode diminuir de forma considerável o rendimento biomecânico. Ocorre uma inflamação do tendão do quadríceps. Fatores de predisposição são; peso corpóreo, ângulo Q de joelho aumentado, genu varo e genu valgo, dismetria no membro, tipo de pisada, encurtamento de cadeia muscular principalmente em isquiostibiais, falta de preparo físico , falta de técnica adequada e a etapa de desaceleração quando ao saltar o individuo retorna ao solo. As repetições que são feitas no esporte (ouveruse) causam micro inflamações que por sua vez causará edema, dor e instabilidade. O quadro álgico depende da fase (são 04). O risco é ter-se ruptura do tendão patelar como a que o jogador Ronaldo teve, desta forma apos falha no tratamento conservador indica-se o tratamento cirúrgico.



Ruptura meniscal


   Os menisco ficam entre os ossos dos joelhos, são em formato de cunha semianulares, é sintetizado de tecido conjuntivo denso fibrótico, sua função é amortizar impacto do joelho, como o próprio peso corpóreo, redistribuir a carga, impedir atrito ósseo, lubrificar a articulação. Contudo se a articulação referida, se torcer ou gira de forma demasiada o menisco pode lesar, como se fosse um rasgo. A consequência é instabilidade, rigidez e todo "pacote" de inflamação (calor, dor, rubor, edema), mesmo com a instabilidade, muitas vezes a pessoa consegue deambular porém a lesão é propensa a aumentar e o dano ser ainda maior, se fazendo necessário o procedimento cirúrgico para correção ou para uma artrosplastia. Idosos também são propensos a desenvolver ruptura de menisco porque sua cartilagem está mais fina e gasta de forma que apenas um movimento de forma não harmoniosa é o suficiente muitas vezes para sua lesão. Há vários tipos de lesão de menisco, que depende da região em que ocorreu.



Cisto de baker.


     Se localiza na região poplítea, por isto é denominado também de cisto poplíteo. É uma pequena bolsa com liquido encapsulado, cisto benigno e visível, que surge do extravasamento de liquido sinovial quando produzido em excesso da articulação proximal que é o joelho, oriunda de um processo inflamatório seja de artrite, artrite reumatoide, lesões de menisco. Quando pequeno pode ser assintomático, porém ao crescer seus sintomas são a dor em região posterior, com mais incomodo na extensão de joelho, e é percebido também inchaço. Há um risco de crescer e comprimir vasos, passando a ser confundido com TVP e pode se romper, quando isto ocorre o liquido escorre no músculo o que gera inflamação também na região da panturrilha. Quando não assintomático pode ser feito uma cirurgia de artroscopia para drenar o liquido, e injeção intra-articular ou ainda retirada total de aspiração do nódulo e em seguida aplicação de corticóide para evitar recidiva, muito embora não trata a causa, se fazendo assim um risco mesmo pós aplicação de corticóide. É comum após os 60 anos e pode desaparecer sem tratamento, mais caso faça-se o tratamento é necessário retirar o fator causal.

  




Referências:


http://www.medicinadoesporte.com/Ligamentar.htm

http://www.efdeportes.com/efd207/reabilitacao-nas-fraturas-da-patela.htm

http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-osso/fratura-cominutiva/fratura-da-patela/

http://www.joelho.pro/seu-joelho.php?id=11

https://www.drmarcelotostes.com/joelho/outras-lesoes-do-joelho/tendinite-patelar

https://www.indicedesaude.com/como-e-a-reabilitacao-de-um-rompimento-do-menisco/

https://orthoinfo.aaos.org/pt/diseases--conditions/rupturas-do-menisco-meniscus-tears

https://www.mdsaude.com/2014/04/cisto-de-baker.html


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